segunda-feira, maio 05, 2008

Ação tenta barrar usina termelétrica no Ceará

Uma ação da Defensoria Pública do Ceará tenta barrar, na Justiça, o início das obras de uma usina termelétrica a ser construída no Pecém, litoral cearense (a 60 km de Fortaleza). O motivo é o uso do carvão mineral para a geração de energia, combustível fóssil poluente que ajuda a provocar o aumento do aquecimento global.

A usina é mais um empreendimento do grupo MPX, do empresário Eike Batista, que pretende instalar no país nove termelétricas nos próximos anos, seis delas movidas a carvão. A do Pecém será a segunda maior, com capacidade de gerar 1.080 MW, quando sua segunda etapa estiver pronta, em 2014.

Além da emissão de gases e metais poluentes, a queima de carvão libera dióxido de carbono, o CO2, que contribui diretamente para o aquecimento global, fenômeno que poderá causar, entre outros problemas, o aumento do nível dos mares.

Um documento recente, entregue ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) pela Associação Brasileira de Energia Nuclear, baseado em dados europeus, demonstra que termelétricas a carvão emitem de 838 gramas a 1.231 gramas de CO2 por KWh a cada ano, enquanto as movidas a gás emitem de 399 gramas a 644 gramas. Há opções de energia que emitem menos CO2: a energia solar (de 78 gramas a 217 gramas), a eólica (de 10 gramas a 38 gramas) e a hidrelétrica (de 4 gramas a 36 gramas).

O carvão é a opção hoje preferida por empresários por ser a mais lucrativa. A energia a ser produzida pela usina do Pecém já foi comercializada pela MPX, em um leilão de energia promovido em outubro do ano passado, com um preço de R$ 125,95 por MWh.

Com esse preço, o faturamento anual previsto é de R$ 417,42 milhões.

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Fonte: Folha on-line