quarta-feira, junho 29, 2005

Educação ambiental formal e o pensamento complexo

A educação consiste num processo permanente de aprendizado, a ser realizado dentro da escola ou na vida cotidiana e deve incluir de forma transversal às questões ligadas ao meio ambiente. Através dela, os indivíduos adquirem o domínio e compreensão de certos fatos e atitudes como a sua relação com o meio e com a sociedade em geral.
A educação ambiental (EA) é um instrumento de disseminação de conhecimentos, que aborda uma visão de desenvolvimento sustentável e requer uma visão sistêmica dos processos sociais, redefinindo as formas de interação do homem com o ambiente.
Nesse contexto, podemos afirmar que a EA visa à construção de uma cidadania crítica e ativa, capaz de influir nos processos que definem os índices e parâmetros de desenvolvimento sustentável a serem aplicados em cada sociedade. Para tanto, ela necessita através da relação ensino-aprendizagem, possibilitar o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos.
A complexidade consiste em um modo integrado de organização múltipla expressadas no nosso cotidiano por ontologias e representações sociais consideradas flexíveis e adaptáveis. Esses tipos de ontologias e representações que irão determinar certas práticas diárias que estão inseridas num processo de autopoiese, onde as representações influenciam os pensamentos e vice-versa.
A grande contribuição do pensamento complexo à educação ambiental consiste na quebra de paradigma do modelo mental linear e cartesiano como verdade absoluta, buscando encontrar soluções integradas para os problemas mecânicos e humanos, ou seja, permitindo uma percepção sobre diversas realidades. Isso só é possível através da complementaridade dos modelos mentais linear e sistêmico.
Seguindo esse raciocínio, podemos afirmar que a pedagogia ambiental cria um elo de ligação entre os conhecimentos científicos e populares ou tradicionais, ou seja, permite a integração entre os conhecimentos explícitos, disseminados por meio da educação formal, com os conhecimentos tácitos, presente nas comunidades e populações tradicionais. Isso se dará através de uma profunda mudança curricular e a construção de novos processos visando a potencialização da capacidade institucional sobre a relação ensino-aprendizagem.
Espera-se assim, contribuir para a reflexão sobre os processos educacionais, inserindo os conceitos da educação ambiental e do pensamento complexo nas formas tradicionais de educação, modificando assim, a relação ensino-aprendizagem.