sexta-feira, setembro 28, 2007

Propaganda da Ipiranga confunde obrigação com responsabilidade ambiental

A nova propaganda televisiva dos cartões Ipiranga carbono zero reflete a nova estratégia das empresas poluidoras.

A empresa sugere que ao utilizar o cartão, investirá em programas de neutralização do carbono, como o plantio de árvores.

A Ipiranga, empresa petrolífera e de produtos químicos, tem por obrigação adotar medidas compensatórias, uma vez que suas atividades são baseadas em atividades altamente poluentes.

Assim, aproveitando a “onda verde” que está se formando na sociedade e no mercado, a empresa desenvolve uma campanha onde transforma a obrigação de reparar danos efetivos ou potenciais, em uma ação de responsabilidade ambiental.

Os consumidores devem estar atentos à campanhas desse tipo, sob pena de livrarem suas consciências em relação ao aquecimento global, sem contribuir efetivamente para o problema.

terça-feira, setembro 25, 2007

MPF contesta licenças para usinas nucleares

O Ministério Público Federal entrou nessa semana, com uma ação civil pública para impedir que a União renove ou emita novas licenças para a construção ou operação de instalações nucleares no país.

A ação, proposta pelo procurador da República André de Vasconcelos Dias aponta riscos de catástrofe nuclear, que ameaçam a segurança da população e o meio ambiente.

A ação tramita na 1° Vara Cívil de Angra dos Reis/RJ e está fundamentada em relatórios produzidos nos últimos 30 anos por instituições científicas e pelos próprios poderes Executivo e Legislativo

A verdade é que a energia nuclear deve ser considerada como última hipótese em países com grande potencial hídrico e megadiverso, como é o caso do Brasil. Temos visto ao longo dos anos uma série de complicações com diversas usinas, seja na França, seja no Japão.


segunda-feira, setembro 24, 2007

FGV diz que metade do país não tem esgoto

Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas afirma que metade do Brasil não tem rede de esgoto.

A expansão desse tipo de serviço praticamente não existiu nos últimos 20 anos, crescendo apenas 1,5% ao ano. Nesse ritmo levaremos uma eternidade para contemplar todos os municípios brasileiros.

Espera-se que até o final no mandato do presidente Lula, as metas estabelecidas pelo Governo Federal sejam cumpridas. Com um investimento de R$ 10 bilhões, o objetivo é chegar em 2010 com 80% dos municípios com abastecimento de água e esgoto.

O Brasil é um país com extrema abundância de água. No entanto, a falta de gerenciamento desse recurso levou ao caos, com a poluição dos grande rios e descaso no descarte dos resíduos.

O problema é generalizado, pois além das regiões norte e nordeste, estados como Santa Catarina apresentam índices vergonhosos de abastecimento de água e tratamento de esgoto.

sexta-feira, setembro 14, 2007

ONU aprova Declaração dos Povos Indígenas

A Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou nessa quinta-feira a Declaração dos Povos Indígenas.

A Declaração sugere medidas que assegurem a participação política dos povos indígenas, acesso aos recursos naturais e à terra, além dos recursos naturais.

Apesar de aprovada, a Declaração dos Povos Indígenas não tem força de lei, ou seja, ela pode ou não ser adotada pelos países signatários. Essa particularidade, somada aos votos contrários de países como EUA, Austrália, Canadá e Nova Zelândia, coloca em risco a real efetivação das medidas sugeridas.

Mais uma vez, a aprovação de tratados internacionais no âmbito das Nações Unidas, prova a ineficácia do atual sistema de negociações multilaterais.

Enquanto o poder de decisão estiver na mão de poucos países com grande influência, toda e qualquer decisão ou acordo já nascerá com a dúvida ou suspeição em relação ao real objetivos e aplicabilidade dos tratados “internacionais”.

Reforma da ONU já!

quinta-feira, setembro 13, 2007

Educação ambiental para combater queimadas

A ministra do meio ambiente, Marina Silva, defendeu nessa quarta-feira a realização de uma campanha de educação ambiental para tentar evitar o alto número de queimadas.

A declaração foi feita no Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico, em São Paulo.

No entanto, a ministra afirmou que no ano passado tentou realizar a campanha, mas foi contestada pelo Tribunal de Contas da União – TCU, que entendeu ser uma campanha desnecessária.

Apesar de existirem incêndios criminosos, grande parte deles acontece de forma acidental pela falta de informação e conscientização da população. A ministra afirmou ainda: “No meu entendimento, nada mais necessário do que prevenir o erro do que ficar gastando dinheiro público para apagar o fogo e o prejuízo da queima da biodiversidade”.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, o número de queimadas praticamente dobrou em relação ao ano passado. Só no mês passado foram detectados 16.592 focos de incêndio em todo o país.

quarta-feira, setembro 12, 2007

Prêmio Nobel afirma que biocombustíveis não resolvem o aquecimento global

Em entrevista ao jornal espanhol El País, o cientista alemão Hartmut Michel, 59, prêmio Nobel de Química em 1988, contesta a eficiência da utilização de biocombustíveis como forma de solucionar o problema do aquecimento global.

Com argumentos bastante sólidos, ele afirma que a própria produção de biocombustíveis é responsável pela emissão de CO2.

Abaixo seguem alguns trechos da entrevista (Em espanhol).

"Pero la producción y el uso del biogás o el biocombustible no son neutrales en cuanto a la producción de CO2, porque al menos el 50% de toda la energía contenida en el biogás o en el biocombustible procede de fuentes fósiles".

"Para producir algunos biocombustibles, como el etanol, hace falta invertir mucha energía en forma de fertilizante, de transporte... Y también en el destilado del alcohol. Lo que obtienes al fermentar el vegetal es algo como el vino, con un 10% de alcohol, y hay que convertirlo en alcohol 100%".

Para acessar a entrevista na íntegra clique aqui

Essa é uma linha de pensamento já externada algumas vezes aqui no blog, pois sabemos que a simples substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis não é a solução para o problema, que envolve questões extremamente sérias como as citadas na entrevista acima, como a segurança alimentar, o esgotamento dos solos, o trabalho escravo, entre outros.

A redução do consumo é uma estratégia pouco difundida, porém de bastante eficácia. No entanto, essa alternativa parece não agradar as autoridades mundiais.

segunda-feira, setembro 10, 2007

Pesquisa do IBOPE desvenda a sustentabilidade na sociedade

Interessante a pesquisa Sustentabilidade: hoje ou amanhã, realizada pelo IBOPE.

Nela é apresentada a visão dos cidadãos e empresas em relação ao desenvolvimento sustentável.

Em uma análise mais detalhada demonstra uma série de contradições e diferenças conceituais nos resultados da pesquisa.

Veja um exemplo:

Para os executivos, sustentabilidade empresarial está atrelada aos conceitos de responsabilidade social (59%) e preservação do meio ambiente (58%). Já para os cidadãos, o conceito está atrelado ao desenvolvimento de produtos (33%) e à solidez das instituições (23%).

Para acessar o relatório na íntegra clique aqui.

terça-feira, setembro 04, 2007

IR ecológico pode ser aprovado em 2007

O Projeto que cria o Imposto de Renda Ecológico pode ser aprovado ainda em 2007 pelo Congresso Nacional.

O Projeto de Lei 5974/05 já foi aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, restando apenas a votação no plenário da casa, uma vez que já foi aprovado sem alterações pelo Senado Federal.

O projeto prevê que pessoas físicas possam destinar 6% do Imposto de Renda devido a projetos ambientais. Já no caso de pessoas jurídicas, esse índice é de 4%.

Independente de questões política, o Brasil tem a chance de dar um grande salto para a conservação do meio ambiente, estimulando assim, a responsabilidade sócio-ambiental de pessoas físicas e jurídicas.

É esperar para ver!

segunda-feira, setembro 03, 2007

Conferência da ONU discute o combate à desertificação

Está acontecendo nesse momento, na Espanha, a oitava conferência entre os 191 países signatários da Convenção para a Luta contra a Desertificação (UNCCD).

A desertificação afeta diretamente nada menos que 200 milhões de pessoas, sem contar com os 2 bilhões de pessoas que vivem em zonas de risco.

As áreas mais afetadas são a África e Ásia, no entanto países da Europa e América Latina sofrem com o problema da desertificação.

As causas e soluções já estão na mesa. O que falta é a vontade política e destinação de recursos para o combate à desertficação. Caso contrário, inúmeras regiões terão graves problemas e o processo de imigração tende a crescer.

As mudanças climáticas e os processos agrícolas são apontados como os grandes vilões da desertificação. Em declaração na imprensa coletiva, a Ministra do Meio Ambiente da Espanha, Cristina Narbona afirmou: "Sabemos porque os solos se degradam e o que fazer para evitar que isso aconteça. Agora devemos passar do conhecimento para a ação.