terça-feira, fevereiro 23, 2010

ONU admite que metas de Copenhague não bastam contra aquecimento global

A ONU admitiu nesta terça-feira (22) que os compromissos de redução de emissões adotados por 60 países após a Conferência de Mudança Climática de Copenhague "não são suficientes" para garantir que o limite de segurança de 2º C de alta das temperaturas não seja ultrapassado. 

A declaração se baseia em um relatório elaborado pelo Programa do Meio Ambiente da ONU (PNUMA), que foi publicado durante a conferência ministerial de acompanhamento do acordo sobre o aquecimento global, realizada durante esta semana na Indonésia. 

"O acordo de Copenhague é um passo significativo na direção adequada, mas que ninguém se dê por satisfeito, pois esse movimento não é suficiente", assegurou Achim Steiner, diretor-executivo do PNUMA.
Steiner acrescentou que "o mundo não tem nenhuma razão para descansar e pensar que o trabalho inicial [para reduzir o aquecimento global] já está feito", acrescentou. 

O documento estima que, se todos os países cumprirem seus compromissos, seguiria havendo um excesso de até 8,8 gigatoneladas de CO2 por ano. 

Com isso, haveria apenas 50% de chance de o aumento da temperatura ficar abaixo de 2º C, teto estabelecido por análises científicas e mostrado em Copenhague. 

Por isso, Steiner pediu aos governos de países industrializados e às nações em desenvolvimento que sejam "muito mais ambiciosos" em seus cortes de emissões de dióxido de carbono e propostas de mudança de paradigma econômico. 

No entanto, o chefe do PNUMA se mostrou moderadamente otimista e disse que "ainda há oportunidades para melhorar" a resposta da comunidade internacional, destacando que os países podem limitar ainda mais suas emissões, difundir novas tecnologias "verdes" e a luta contra o desmatamento. 

Fonte: Agência Efe

ISO 26000 sobre responsabilidade social é aprovada

A lei da ISO 2600 que versa sobre responsabilidade social foi aprovada em uma votação realizada no dia 14 de fevereiro pelos membros da ISO. O texto final ainda não foi finalizado e deverá ser aprovado em maio, na próxima reunião do Grupo sobre Responsabilidade Social (ISO/WGSR) em Copenhagen, na Dinamarca. 

Com a aprovação, o Rascunho de Norma Internacional (DIS) passa para o estado de Rascunho Final de Norma Internacional (FDIS) – última etapa antes de a nova norma ser publicada pela ISO.A votação foi feita por Organismos Nacionais de Normalização (ONN), formados por membros da ISO. Mais de dois terços dos membros que participam no desenvolvimento da ISO 26000, conhecido como “membros-P”, votaram a favor da transferência do documento para o estágio FDIS, e menos de um quarto do número total de organismos membros da ISO (incluindo os membros que não participam do ISO/WGSR) foram contra. Estes são os dois critérios numéricos estabelecidos pelas diretivas da ISO/IEC para a aceitação de um consenso sobre o DIS.
 
Com a decisão positiva, o documento será publicado com as alterações acordadas no terceiro ou quarto trimestre de 2010. A data limite para a publicação oficial da ISO 26000 como norma internacional é até o final de 2010, mas o calendário é muito apertado e poderá ser necessário rever esta data na reunião de Copenhague.

A ISO 26000 irá prover diretrizes sobre responsabilidade social globalmente com base em um consenso internacional entre especialistas representantes dos principais grupos de intervenientes. Com isso, a norma pretende incentivar a implementação das melhores práticas de responsabilidade social em todo o mundo a partir de exemplos desenvolvidos pelas iniciativas existentes nos setores público e privado.

Fonte: Ambientebrasil

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Austrália sobe o tom contra caça à baleia japonesa

O premiê da Austrália, Kevin Rudd, deu hoje um ultimato ao Japão para que encerre seu programa de caça "científica" que mata centenas de baleias por ano na Antártida. É isso ou enfrentar os tribunais, ameaçou Rudd.


Faz tempo que a Austrália, uma nação antibaleeira empedernida, ameaça agir na Justiça contra a caça japonesa no santuário de baleias do oceano Austral. Há dois anos, o governo australiano mandou um navio à Antártida para seguir, filmar e fotografar a frota baleeira japonesa. 


Rudd afirmou que a Austrália preferiria usar a diplomacia para convencer o Japão a parar de caçar. "Se não funcionar, vamos iniciar uma ação nos tribunais antes do começo da temporada de caça, em novembro de 2010", disse o premiê à rede de TV australiana "Seven". "Esse é o ponto central, e deixamos muito claro para os japoneses que é isso o que pretendemos fazer."

O Japão caça baleias todos os anos no santuário do oceano Austral. Apesar de haver uma moratória internacional à captura desses animais desde 1986, o país aproveita uma brecha na proibição, que permite a caça para fins científicos. Centenas de baleias são capturadas em nome da "pesquisa", e sua carne é vendida em mercados e restaurantes em todo o país. A maioria dos animais mortos são baleias minke, uma espécie que não está ameaçada. Com efeito, o governo japonês argumenta que os estoques de minke se recuperaram a ponto de permitir a reabertura da caça comercial da espécie (na verdade, há mais de uma espécie dessa baleia). O assunto está em discussão na Comissão Internacional da Baleia, que todo ano prolonga a moratória, irritando o Japão e a Noruega, principais nações baleeiras.


A subida de tom de Rudd vem na véspera de uma visita à Austrália do chanceler japonês, Katsuya Okada, na qual a caça à baleia deve ser um tópico importante. Vem também num momento em que o premiê anda com popularidade baixa, tendo de enfrentar eleições neste ano, e ainda por cima acusado por ambientalistas de dar para trás em ameaças anteriores de acionar legalmente os japoneses.


Há também uma razão geopolítica para a oposição australiana à caça na Antártida: apesar de o oceano Austral ser em tese de jurisdição internacional, a Austrália considera um trecho dele como águas australianas. Portanto, ao caçar ali, o Japão estaria violando a lei do país.


Uma demanda legal contra a caça japonesa poderia ser feita perante a Corte Internacional de Justiça, em Haia, ou o Tribunal Internacional para a Lei do Mar (a quem a Austrália reivindicou as águas antárticas), em Hamburgo.

Segundo Don Rothwell, professor de direito internacional na Universidade Nacional Australiana, essas cortes poderiam proibir a caça japonesa em caráter liminar, até que o caso fosse resolvido.


Okada, falando a jornalistas em Tóquio, tentou pôr panos quentes: "O Primeiro Ministro Rudd falou com cuidado, dizendo que ‘somente se [o assunto] não poder ser resolvido por meio do diálogo’. Resolver isso por meio do diálogo é o principal, e não acredito que nós tenhamos grandes diferenças".


Fonte: Reuters

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Secretário da ONU para o clima Yvo de Boer renuncia

O secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, Yvo de Boer, renunciou ao cargo para se integrar a um grupo de consultoria, informou o secretariado para clima da ONU nesta quinta-feira (18), dois meses após a fracassada cúpula de Copenhague.

De Boer deixará o posto no dia 1º de julho para se unir à consultoria KPMG, informou a Convenção em comunicado. Filho de diplomata holandês, ele nasceu na Áustria, e lidera a agência desde 2006.

"Foi uma decisão difícil, mas acredito que o momento é certo para eu assumir um novo desafio, trabalhando com clima e sustentabilidade com o setor privado e o mundo acadêmico", disse De Boer no comunicado.
"Copenhague não providenciou um acordo claro em termos legais, mas o compromisso político e o senso de direção para um mundo com baixa emissão [de gases-estufa] é impressionante. Isso requer novas parcerias com o setor privado e agora tenho a chance de ajudar isso a acontecer", acrescentou.

A Convenção-Quadro é um tratado internacional realizado no Rio de Janeiro, em 1992, e firmado por quase todos os países do mundo, com o objetivo de estabilizar a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera.

Sem limites obrigatórios a princípio, deixou tais regras para protocolos posteriores, como o de Kyoto (1997).

Fonte: Folha Online

Observação: Mais um bom pensador que sabiamente abandona as fictícias tratativas para se chegar a um acordo em prol do clima e da humanidade. O Sr. Yvo de Boer parece acertar ao migrar para o setor privado, principal responsável pelo aquecimento global.