terça-feira, outubro 27, 2009

Leste da China tem mais de 420 mil castigados pela seca

Pelo menos 420 mil pessoas da província de Jiangxi, no leste da China, sofrem com uma grande escassez de água potável em virtude da seca que castiga há meses a região, informou hoje a agência oficial de notícias Xinhua.

Segundo o escritório de controle de inundações e secas, a diminuição no nível do rio Ganjiang está ameaçando o abastecimento de água em algumas cidades.

"A diminuição do nível da água no rio Ganjiang ameaça a provisão em algumas cidades e também causa um bloqueio de passagem no rio", explica o escritório, que atribui o caso à seca que começou em agosto.

A média de temperatura em setembro foi 2,5°C acima do normal, o que a igualou a elevada marca de 26,7°C registrada em 1963, ano em que também ocorreu uma grave seca.

Pelo menos nove rios da província registraram níveis mais baixos de água e tanto pequenas represas como lagoas secaram. O escritório calcula que a seca continuará até 20 de novembro.

Fonte: Folha online

sexta-feira, outubro 23, 2009

Governo antecipa mistura obrigatória de 5% de biodiesel ao diesel

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia hoje a obrigatoriedade de adição de 5% de biodiesel ao diesel derivado de petróleo. A medida entraria em vigor só em 2013, mas o governo decidiu antecipar para 2010. Passa a vigorar a partir de 1º de janeiro.

O governo decidiu antecipar a medida porque, segundo o Ministério de Minas e Energia, o Brasil tem capacidade para atender à medida desde já.

No Brasil há 43 usinas de biodiesel, com capacidade instalada para produzir 3,6 bilhões de litros. Com a medida anunciada hoje pelo presidente Lula, serão demandados 2,4 bilhões de litros por ano do combustível.

A produção de biodiesel no Brasil em 2009 vai fechar em 1,8 bilhões, segundo o ministério. Para 2010, a previsão é que o país produza de 2,4 bilhões a 2,6 bilhões de litros.

Fonte: Folha online

quinta-feira, outubro 22, 2009

Conama aprova resolução que obriga a inspeção de veículos

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) aprovou ontem (20) uma resolução que obriga todos os estados e municípios com uma frota de automóveis superior a de 3 milhões, a adotar um plano de inspeção veicular. Assim que publicada a norma no Diário Oficial da União, o prazo será de um ano para que o planejamento seja realizado.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) espera que as emissões dos gases causadores de efeito estufa reduza com a medida obrigatória. O governo acredita que a emissão de poluentes pelos automóveis é intensificada pela falta de regulagem dos motores.

Atualmente, apenas as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro inspecionam os seus veículos. Segundo o MMA, a regra se aplica à todos os “veículos automotores, motociclos e similares, independentemente do combustível que utilizem”.

A punição para quem deixar de passar pela fiscalização é a perda do licenciamento anual. Porém ela poderá ser feita em apenas uma parcela de veículos selecionados, significando que nem todos os automóveis terão que passar pela vistoria.

Fonte: Blog Ambientebrasil

terça-feira, outubro 20, 2009

Um em cada sete postos não tem licença ambiental

As maiores cidades da região de Ribeirão Preto têm, juntas, 51 postos de combustíveis sem licença ambiental da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), segundo levantamento da companhia. Isso significa riscos de vazamento de combustível e consequente contaminação do solo em pontos de Ribeirão Preto, Franca, São Carlos, Araraquara e Barretos.

O número representa 14% do total de postos nessas localidades. Ribeirão lidera o ranking: de 150 postos existentes, 20 estão irregulares. Na sequência, aparece São Carlos, que tem 60 estabelecimentos, dos quais 14 não possuem licença.

Já em Araraquara, são 12 postos irregulares, num universo de 64. A proporção em Franca é menor: apenas três postos, de 72, não têm a licença. Por fim, Barretos tem dois postos irregulares.

Desde 2002, a Cetesb passou a licenciar postos no Estado, atendendo determinação do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). A medida fiscaliza, entre outras coisas, os tanques, cuja idade não pode ultrapassar os 15 anos --segundo a Cetesb, há o risco de vazamento de combustível no solo e até mesmo no lençol freático.

Para o Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), a maior dificuldade é a questão financeira. "Conseguir a licença por meio das reformas e adequações custa em torno de R$ 200 mil, e isso dificulta muito as coisas", disse Oswaldo Manaia, presidente do sindicato em Ribeirão.

O Sincopetro lançou um consórcio para facilitar os gastos. Para as fiscalizações, a Cetesb priorizou os postos cujas condições indicam maiores riscos, como estabelecimentos mais antigos.

"Os postos que não cumprirem as etapas estabelecidas pela Cetesb estão sujeitos a penalidades, que vão de advertência a interdição do posto", disse Marco Antonio Sanchez Artuzo, gerente da agência da Cetesb de Ribeirão.

Fauze Luís Abou Haikal, dono de um posto no centro que figura na lista, disse que já fez as reformas. "Não precisei trocar os tanques, mas mesmo assim gastei R$ 60 mil", disse.

Fonte: Folha online

sexta-feira, outubro 09, 2009

O colapso do Protocolo de Kyoto

O que começou aqui na segunda-feira retrasada como um sussurro virou um grito nesta semana: o Protocolo de Kyoto vai acabar. Seu funeral está marcado para a semana de 7 de dezembro, na Dinamarca. Como diria Caymmi, é doce morrer na Dinamarca.

Negociadores dos países ricos reunidos aqui em Bancoc para tentar produzir o texto do novo acordo do clima vocalizaram ontem de maneira muito explícita o desejo da morte de Kyoto. O "Earth Negotiationa Bulletin", uma newsletter que tem acesso aos lugares aonde jornalistas não vão nas reuniões diplomáticas, citou os EUA como dizendo que não é certo "qual será a configuração de Copenhague em relação ao destino do Protocolo de Kyoto". Em bom diplomatês, isso significa: "vamos acabar com esse negócio".

Mas espere um momento, você dirá: Kyoto não ia acabar de qualquer maneira em 2012 - e é por isso que estamos negociando Copenhague, para começo de conversa?

Bem, não exatamente. Sim, o primeiro período de compromisso de Kyoto de fato acaba em 2012. Mas as negociações de clima hoje estão seguindo em dois trilhos, um para os países em desenvolvimento + os EUA (o AWG-LCA) e outro para os membros de Kyoto (o AWG-KP; KP de "Kyoto Protocol"). A proposta dos países ricos é que o pessoal embarcado no trem de Kyoto (UE, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Leste Europeu + Rússia) pule para a outra linha.

Pessoalmente, eu não sentiria saudades de Kyoto. O protocolo foi incapaz de engajar os EUA, tem metas pífias e alivia muito para todo mundo, pois permite que grande parte das reduções domésticas seja feita por meio da compra de créditos de carbono, uma espécie de venda de indulgências. Talvez eu esteja influenciado pelo livro "The Collapse of the Kyoto Protocol", do americano David Victor (já elogiado neste blog), que empresta o título a este post. Victor argumenta que Kyoto foi negociado às pressas, com uma arquitetura ruim (exclui, por exemplo, um imposto internacional sobre o carbono, que muita gente acha que seria muito mais eficiente que apenas o "cap-and-trade") e acabou se transformando num pacto de mediocridade, e uma mediocridade difícil de cumprir, o que é pior.

Mas os negociadores dos países em desenvolvimento contra-argumentam, com razão, que Kyoto ao menos fornece um arcabouço no qual reduções compulsórias podem ser feitas pelos países ricos, com metas para toda a economia (e não apenas para alguns setores, como os EUA planejam adotar). E o protocolo, continuam, para usar a linguagem do design inteligente, é um exemplo de "complexidade irredutível": não dá para escolher algumas de suas partes sem que a coisa toda desmorone. Aparentemente, os países ricos estão querendo pular fora de Kyoto para não terem de amargar metas compulsórias ambiciosas para toda a economia.

O perhaps é que os países do G77 (em desenvolvimento) estão interpretando isso como um golpe. Nas palavras de um delegado, o fim de Kyoto "envenena as negociações". A confiança entre países ricos e pobres, que já era pouca, sumiria de vez. E, neste caso, não é só Kyoto que terá seu réquiem tocado em Copenhague. Será a própria negociação do clima.

Fonte: Folha online

quinta-feira, outubro 01, 2009

Agricultura familiar permite produção maior em menor área

A agricultura familiar é capaz de produzir mais em um espaço menor, segundo informações divulgadas pelo Censo Agropecuário 2006, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE). Pela primeira vez esse modelo foi retratado nas pesquisas.

O setor é responsável por quase 75% da mão-de-obra no campo e responde pela produção de 70% do feijão, 87% da mandioca e 58% do leite consumidos no Brasil. A produção anual chegou a R$ 13,99 mil.

A produção familiar ocupa um quarto da área da plantada e responde por 38% do valor da produção. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento Agrário, foram identificados 4.367.902 estabelecimentos de agricultura familiar que representam 84,4% do total, (5.175.489 estabelecimentos) mas ocupam apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da área dos estabelecimentos agropecuários brasileiros.

O número de pessoas ocupadas no campo chega a 12,3 milhões, sendo que 74,4% estão em estabelecimentos da agricultura familiar. Fazendo um paralelo, a cada dez trabalhadores do campo, sete estão na agricultura familiar. O setor emprega 15,3 pessoas por 100 hectares.

Fonte: Ambientebrasil